www.futebolamadordeminas.com

Prestação de Serviços Gratuitos ao Futebol Amador de Minas Gerais

E-mail: futebolamadordeminas@gmail.com

   
 

Fonte: www.globoesporte.com

Clube de Uberlândia resgata verdadeiro sentido do Futebol Amador

Santa Mônica completa 30 anos e volta às origens com equipe formada por universitários. Atletas não têm salários e jogam por prazer

É comum pensar que os jogadores de futebol, muitas vezes, abandonam os estudos para seguir carreira no esporte. Na cidade de Uberlândia, não é bem assim. Um time formado apenas por universitários vem mostrando que é possível conciliar os estudos com o futebol. A Associação Atlética Santa Mônica, que completa 30 anos em 2013 e já foi formada apenas por estudantes de Engenharia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), assume esse compromisso. Atualmente, a equipe disputa a segunda divisão do Campeonato Amador de Uberlândia. Mas antes de entrar em campo de verdade, o vice-presidente e um dos fundadores do time, Luiz Cláudio Theodoro, diz  que o primeiro obstáculo enfrentado pelo Santa Mônica foi a escolha do nome.

“Pensamos inicialmente em “Universitários”, mas a Federação não aceitou. Até hoje não sei o porquê. Era um nome que se desvinculava de qualquer empresa, qualquer marca. Eu acho que dava um tom legal.  Então, depois de muito pensar,  surgiu o Santa Mônica, que tinha todo um contexto e relação com o nome do bairro que abriga o Campus da Universidade”, relembrou o vice-presidente, que ainda contou que os nomes "Engenharia" e "UFU" também estavam na listas, mas foram descartados porque não queriam restringir a participação de outros interessados.

Elenco do Santa Mônica, Campeonato Amador de Uberlândia (Foto: Arquivo Pessoal)

Elenco do Santa Mônica que disputa este ano a Segunda Divisão do Campeonato Amador de Uberlândia (Foto: Arquivo Pessoal)

Luiz Cláudio explicou também que a ideologia inicial do Santa era ter apenas universitários no elenco, mas essa tradição foi perdida com o passar dos anos. Contudo, em  2012, o time  voltou às origens e foi formado apenas por alunos da UFU, assim como em seus primeiros anos. Segundo o presidente do time, Fábio Oliveira, a intenção é trazer de volta a ideologia dos fundadores.

“O motivo é realmente resgatar a história do Santa Mônica, que era formado basicamente por alunos da UFU. Dessa forma, é possível retomar o viés amador do campeonato, visto que nenhum atleta do clube recebe. A remuneração é que torna o futebol profissional“ afirmou.

Por isso, o Santa Mônica, segundo Luiz Cláudio, vem como um exemplo a ser seguido por todos os times do Campeonato Amador de Uberlândia. Pois, mais do que a proposta de integrar alunos, o objetivo é apresentar uma ideologia para o futebol amador, já que ele tem sido inflacionado e com valores maiores do que os de times profissionais. 

“Nós queremos mostrar que é possível praticar um futebol amador onde os atletas atuam porque gostam, e não pelo dinheiro. Nós temos visto que, ao longo do tempo, os times vão acabando porque não tem quem financie. Se eles tivessem algo para representar, como um bairro, uma instituição, algo que agregue as pessoas por um objetivo maior, talvez os times tivessem mais longevidade. Espero que esse nosso projeto dure por muito tempo” revelou o vice-presidente.

Metas de 2013

E com essas condições, a expectativa para 2013 é chegar novamente à primeira divisão do Campeonato Amador.

“O desafio em 2012 era não ser rebaixado e ficar entre os 10 primeiros, o que efetivamente ocorreu. Já esse ano, queremos mais. Dessa forma, o acesso viria como um presente para o time pelos 30 anos de existência” explicou o presidente da equipe, Fábio Oliveira.

O meia-atacante do time, Guilherme de Prado, estudante de Engenharia Civil, além de filho do presidente, também apoiou a ideia dessa "volta às origens" da equipe.

”Me sinto muito feliz por  participar do projeto e ser um dos criadores dele, já que, dessa forma, estou realizando dois sonhos de infância: o de cursar Engenharia e o de ser jogador de futebol. A ideia de resgatar o projeto inicial foi para dar oportunidade aos alunos que queriam sair da rotina dos estudos” disse.

A novidade para o ano de 2013 foi a parceria firmada entre a Universidade Federal de Uberlândia  e a diretoria do time. Dessa forma, além de contar apenas com universitários, o time também terá o apoio da universidade e irá representá-la em competições, como, por exemplo, no Campeonato Brasileiro Universitário de Futebol, que deve acontecer em Uberlândia neste ano.

“A UFU tem nos ajudado com o que pode. Ela oferece campo e equipamentos para os treinos, além de manter o técnico do time. Mas eu estou apresentando um projeto em longo prazo. A ideia é tentar também unir outras graduações para ajudar o elenco, como  Fisioterapia e Educação Física”  explicou Luiz Cláudio.

Tradição passada de pai para filho

Além de toda a história com o time, Luiz Cláudio deixou mais um legado: o filho. E o garoto fez questão de seguir os passos do pai. Pedro Henrique Theodoro é atleta do Santa, assim como foi o pai. O jovem concilia o futebol com a graduação em Medicina. E o mais interessante dessa história foi uma oportunidade que ocorreu em 2012.

“É algo histórico, uma espécie de herança. É o orgulho de vestir a camisa” disse Pedro

Luiz Cláudio disse que incentivou o filho a participar do Santa e continuar com a tradição. Mas, para ele, o melhor disso foi Pedro ter decidido participar do time naturalmente.

“A gente sempre pensa nessa questão da herança, de passar essa tradição para nossos filhos. Eu sabia a hora que eu devia parar, a hora de passar o bastão para os mais jovens. Sempre tive a expectativa de um dia ver meu filho jogando pelo Santa, eu consegui. Eu vejo até que ele fica, às vezes, angustiado por não poder dar o máximo ao time, pois precisava priorizar os estudos”  disse Luiz.

Para o estudante de Medicina, é uma honra ter a oportunidade de vestir a camisa que seu pai vestiu um dia.

“Para mim, é muito especial jogar pelo Santa, por toda a história do meu pai no time. O sentimento que eu tenho é diferente, é muito bom. É algo histórico, uma espécie de herança, de orgulho de vestir a camisa. Não é só um time onde eu jogo bola, é mais do que isso. E agora é minha vez de construir história no clube”  contou.

Pedro também acredita que o fato de os atletas não receberem para jogar é uma proposta nobre.

“A questão que faz o Santa Mônica diferente de qualquer outro time do Campeonato Amador, é o fato de ninguém receber para jogar. Estão todos ali por gostar de jogar bola e defender o nosso time, a nossa universidade. A proposta é muito bonita. Ninguém está ali pelo dinheiro. Estamos pelo prazer” finalizou.

Mais informações

Para maiores informações a respeito da Associação Atlética Santa Mônica, acesse a página oficial do time no Facebook: www.facebook.com/aasantamonica, ou entre em contato através do e-mail: aasantamonica@hotmail.com