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Força Feminina – Segunda mulher a dirigir o Minas, de Betim, supera barreiras

Dirigente campeã do Futebol Amador da Série A deste ano diz como consegue conciliar compromissos com a família, empresa e o time do coração

Paixão e sacrifício. Presidente do Minas, Marly Rosa se desdobra pelo time do coração, que conquistou o bicampeonato da Série este ano

Lugar de mulher é na cozinha!  Alguns machistas, com afirmações como essa, ainda tentam limitar o papel da mulher na sociedade. Os fatos contestam cada vez mais esses conceitos equivocados e o sexo feminino é presença marcante nas empresas, universidades, na política e em um dos últimos bastiões machistas: o mundo do futebol.

Em Betim, a empresária Marly Rosa da Silva Tomé é um ótimo exemplo de que a força e a capacidade feminina superam quaisquer barreiras. Ela assumiu o Minas, time tradicional do futebol amador de Betim em janeiro desse ano, e mostrou ser pé quente, pois foi logo conquistando o título da Série A, e de forma invicta.

"Nasci na Colônia Santa Izabel e desde pequena sou apaixonada pelo Minas, ocasião em que acompanhava a minha irmã mais velha na apresentação da ‘Rainha do Minas’. Participo da direção do clube, fundado em 21 de abril de 1943, desde 1990, e agora tenho a honrosa oportunidade de presidir o time que aprendi a amar com todas as minhas forças", revela.

A maior dificuldade de se comandar um time de futebol amador decorre da falta de recursos para as despesas de manutenção da equipe.

"Não podemos deixar o clube morrer e assumi o compromisso de administrá-lo após a saída do ex-presidente Milton Carvalho, por motivo de doença. É muito sacrifício e muitas vezes temos que deixar a família e o trabalho um pouco de lado para dedicara ao Minas, mas vale a pena".

Além de usar várias vezes de recursos próprios para solucionar problemas do time, Marly recebe o apoio de muitos torcedores apaixonados e de dirigentes do clube.

"Temos despesas com a limpeza da sede, do campo,com os uniformes, bolas. Além disso, no dia de jogo temos que preparar almoço ou jantar, dependendo do horário da partida, para mais de 30 pessoas. Ediléia Maria é a responsável por lavar os uniformes do Minas após as partidas mas, quando há necessidade, também vou para o tanque ".

Para o presidente da Liga de Desportos de Betim, José Rodrigues, o Pavão, a presença feminina soma muito ao futebol.

"A Marly é uma pessoa atuante, organizada e deu uma importante contribuição para o título do Minas", diz.

8 títulos

O Minas, fundado em 1943 na Colônia Santa Izabel, é octa-campeão da principal divisão do Futebol Amador da cidade de Betim

Ping-pong

É difícil conciliar as obrigações com a família, a empresa e o Minas?

É um sacrifício que vale a pena. A família é fundamental e, mesmo o meu caçula, o Henrique, que torce para o rival Santa Izabel, sempre apoia para que consigamos superar as dificuldades.

A semelhança entre os uniformes do Minas e Santa Izabel com os de Cruzeiro e Atlético influencia os torcedores da Colônia?

De forma alguma, tanto que conheço muitos atleticanos que são apaixonados pelo Minas.

Quais são os próximos objetivos do time?

Queremos o tetra da Copa Itatiaia em dezembro e o título da Copa Corujão no próximo ano.