Futebol Amador de Minas Gerais

O Esporte do Verdadeiro "Amor" à Camisa

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Fonte: Jornal Diário da Tarde - BH - MG - Sexta-Feira - 10/11/2006

Falta de estrutura no futebol feminino deixa futuro incerto

A realidade do futebol feminino brasileiro é muito diferente da do masculino. Os vultosos salários pagos aos homens não passam nem perto daqueles recebidos pelas mulheres, isso quando elas ganham alguma coisa. A grande maioria das jogadoras brasileiras precisa ter outra profissão para conseguir arcar com as contas no fim do mês. Em Belo Horizonte, a situação não é diferente e, inclusive, tende a ser pior, pois são poucos os clubes que oferecem boa estrutura para o futebol feminino.

A capixaba Pretinha, de 25 anos, está há cinco atuando por clubes da capital mineira e não consegue abandonar seu emprego de acompanhante de idosos. Mesmo tendo jogado pela Seleção Brasileira em 1999, ela recebe apenas auxílio-alimentação e vale-transporte da sua atual equipe, o Tupinambás, um dos clubes mais tradicionais do estado e pioneiro no trabalho com o futebol feminino. Se eu tiver oportunidade de jogar fora do país, não deixarei de ir, afirma a atleta. Para ela, é preciso aumentar o número de patrocinadores para o futebol feminino ter mais visibilidade.

Outra que faz planos de deixar o país na primeira oportunidade que tiver é a meio-campista Brotinho, de 23, jogadora do Garra e vendedora de pneus. Ela concorda com Pretinha e também pretende ir para o exterior mostrar seu futebol. As mineiras quase não são vistas, porque as competições são regionais. Falta incentivo, acredita. Ela atuou pela Seleção em 2002, mas ainda não obteve o reconhecimento que espera.

Também atleta do Garra, a recepcionista Kênia foi campeã pelo Atlético-MG quando atuava pelo clube alvinegro e torce para que o Cruzeiro e América-MG também montem equipes femininas: 

“Tendo uma estrutura boa e pagando, já ficaríamos felizes. Poucas mudanças já transformariam a nossa realidade”, acredita.

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