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 O Esporte do Verdadeiro Amor à Camisa

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O maior espetáculo do mundo

O maior time de futebol de todos os tempos. É assim que se define o Santos da década de 60, uma equipe que mandou no futebol brasileiro e mundial por quase uma década. E não era pra menos. Tinha Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Mas junto com ele, outras estrelas brilhavam na constelação santista: Pepe, o segundo maior artilheiro da história do clube; Gilmar dos Santos Neves, um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro; Mauro Ramos de Oliveira, o grande capitão da seleção bicampeã mundial em 1962; Coutinho, que formava uma incrível parceria com o Rei; Zito, o líder; e mais o ponta Dorval e o meia Mengálvio.

Em 1958, o Santos conquista o Campeonato Paulista com um ataque que marcou mais de 100 gols. Neste mesmo ano, Pelé atinge a fantástica marca de 58 gols na competição. Era De 1961 a 1965, a equipe é pentacampeã da Taça Brasil, o maior campeonato do País.

Em 1962, o Santos chega à sua primeira conquista internacional. É campeão da Taça Libertadores da América, após 3 partidas contra o Peñarol, do Uruguai. Na primeira, em Montevideo, vitória santista por 2 x 1. A segunda partida foi em Santos e vitória do Peñarol: 3x2. Após uma vitória para cada lado, foi preciso uma terceira partida. Desta vez o palco escolhido foi neutro: Buenos Aires. O Santos não tomou conhecimento do Peñarol e venceu por 3x0, garantindo presença na final do Mundial Interclubes contra a equipe portuguesa do Benfica.

A primeira partida da decisão foi no Estádio do Maracanã. O Santos bateu a grande equipe de Eusébio por 3 x 2, com dois gols de Pelé e um de Coutinho. Para a segunda partida, em Lisboa, os portugueses criaram um clima de guerra e confiavam plenamente que sua equipe conseguiria reverter a vantagem santista. Não deu. Com show de Pelé, que marcou três gols, e Coutinho e Pepe, que fizeram um cada, o Santos conquistou o Campeonato Mundial com uma estrondosa vitória por 5 x 2, em pleno Estádio da Luz.

Em 1963, o Santos conquista o bicampeonato da Libertadores. Na final, enfrentou o argentino Boca Juniors. A primeira partida foi disputada no estádio do Maracanã e teve vitória da equipe do Santos por 3 x 2. Era então a vez de enfrentar a pressão e o clima de guerra da torcida argentina, no estádio La Bombonera, em Buenos Aires. E o Santos não se intimidou. Vitória por 2x1, de virada, garantindo o bicampeonato.

A conquista levou o Santos novamente a uma decisão de Mundial Interclubes, desta vez contra o Milan, da Itália. A decisão contra os italianos foi dramática. No primeiro jogo, em Milão, o Santos é derrotado por 4 x 2. Na partida de volta, no Maracanã a equipe não pôde contar com Pelé, que estava lesionado. No seu lugar entrou o polêmico Almir. Os italianos abriram dois gols de vantagem, mas os santistas não desanimaram. Foram pra cima e viraram a partida em 4 x 2, marcando todos os gols até os 20 minutos do segundo tempo, com dois gols de Pepe, um de Mengálvio e outro de Lima.

O resultado forçou a realização de uma partida de desempate. O terceiro jogo também seria no Maracanã. Após Almir sofrer um pênalti, Dalmo bateu e fez o único gol da partida, garantindo o bicampeonato mundial ao Santos. Não havia mais dúvida, o Santos era a maior equipe de futebol que o mundo já havia visto.

Na época de ouro do Santos, o rival Corinthians ficou 21 partidas, 11 longos anos sem ganhar sequer uma partida do Santos. Além disso, o Rei marcou 50 gols contra o Timão, que nunca foi campeão enquanto ele jogou futebol.

Para Pelé não havia limites. Ele foi artilheiro nove vezes consecutivas do campeonato paulista (1957 a 1965).

A equipe realizou excursões por todas as partes do planeta. Todos queriam ver o esquadrão santista, que chegou a interromper uma guerra, na África, para que as duas nações em conflito assistissem à exibição do Santos.

A partir da segunda metade da década, o Santos ainda conquistou títulos, mas passaram a ser menos freqüentes. A equipe foi bastante modificada com a entrada de Carlos Alberto, Clodoaldo, Toninho Guerreiro e Edu. O ano de 1969 foi a despedida do grande Santos. Nesse ano, o time conquista o Campeonato Paulista. Pelé ainda fez parte da equipe Campeã Paulista de 1973, mas o Santos já não era aquele maravilhoso time que encantou o Mundo.

Time Base: Gilmar (Cláudio), Carlos Alberto (Lima), Mauro (Ramos Delgado), Calvet (Orlando) e Rildo (Dalmo); Zito (Clodoaldo) e Mengálvio (Jair da Rosa Pinto); Dorval, Pelé, Coutinho (Pagão, Toninho Guerreiro) e Pepe (Edu).

Grandes Jogadores: Pelé, Coutinho, Pepe, Zito, Mauro, Carlos Alberto, Clodoaldo, Dorval, Toninho Guerreiro, Edu e Mengálvio.

Títulos: Campeão Paulista: 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969; Torneio Rio-São Paulo: 1963, 1964 e 1966; Taça de Prata: 1968; Taça Brasil: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965; Taça Libertadores da América: 1962 e 1963; Campeão Mundial Interclubes: 1962 e 1963.