www.futebolamadordeminas.com

 O Esporte do Verdadeiro Amor à Camisa

E-mail: marcoantonio@hc.ufmg.br

           
 

"Só não subimos mais porque não dá"

Após quatro anos, em que esteve por duas vezes na segunda divisão italiana (série B), o Milan precisava recuperar seu prestígio junto à torcida. Para isso, seu presidente, Sílvio Berlusconi (magnata das telecomunicações e na época primeiro ministro da Itália), resolveu investir pesado. Trouxe o treinador Arrigo Sacchi e grandes estrelas, como os holandeses Gullit, Van Basten e Rijkaard e o francês Papin, que se juntaram a talentosos jogadores italianos, como o líbero Baresi, o lateral esquerdo Maldini e os meio-campistas Donadoni e Ancelotti. Estava formado o grande Milan, que dominou o futebol italiano, europeu e mundial do final dos anos 80 e início dos 90. Durante esse período, o que se via em Milão eram estádios lotados, falta de ingressos e a torcida rubro-negra em êxtase total.

Em 1989, o time conquistou a Copa dos Campeões com atuações inesquecíveis, como na semifinal contra o Real Madrid, quando a equipe italiana bateu os espanhóis por 5 x 0. Na final, contra o Steaua Bucareste, outro show dos comandados de Sacchi: 4 a 0. No fim de 1989, a equipe disputou a final do Mundial Interclubes contra o Nacional de Medellin. Vitória por 1x0.

A equipe conquistou o bicampeonato da Copa dos Campeões de 1990 depois de bater o Benfica, de Portugal, por 1x0. O Milan chegava a mais uma final de Mundial Interclubes e seria bicampeão, após golear o Olímpia, do Paraguai, por 3 x 0. Cerca de 2000 torcedores entraram no avião para acompanhar o time do outro lado do mundo.

Em 1993, time perdeu a final da Copa dos Campeões para o Olimpique de Marseille por 1 x 0, mas garantiu vaga na final do mundial interclubes graças a denúncias de corrupção envolvendo o presidente do clube francês, Bernard Tapie. Em Tóquio, a equipe foi derrotada pelo São Paulo por 3 x 2. Nessa temporada, houve uma mudança no comando técnico da equipe. Arrigo Sacchi assumiu a seleção italiana e, para seu lugar, veio Fabio Capello.

O time ainda ganharia o campeonato italiano de 1994 e a Copa dos Campeões do mesmo ano, derrotando o Barcelona, de Romário, por incríveis 4 x 0. No final do ano, mais uma final de Mindial Interclubes. E o Milan perdeu. Vitória dos argentinos do Velez Sarsfield por 2 x 0.

O ano de 1994 também marcou a despedida de seu maior astro da época de ouro, o atacante Marco Van Basten. O craque holandês lutou o quanto pôde contra as contusões e inflamações no joelho. Após inúmeras tentativas de retorno mal sucedidas, resolveu abandonar o futebol. Seu grau de aceitação por parte da torcida era tão grande que um torcedor chegou a oferecer a própria cartilagem do joelho para que ele pudesse voltar a jogar. Após abandonar o futebol, deprimido por ter parado no auge de sua carreira, Van Basten se desligou totalmente do mundo do futebol e foi morar numa pequena cidade da Holanda, se auto-exilando.

Uma frase de Berlusconi, no auge de sua equipe, define bem o que foi a máquina milanesa: "Só não subimos mais porque não dá".

Time Base: Galli (Rossi), Tassotti (Panucci), Baresi, Costacurta e Maldini; Rijkaard, Desaily (Albertini), Ancelotti (Stroppa) e Donadoni (Boban); Gullit (Papin) e Van Basten.

Principais craques: Van Basten, Gullit, Baresi e Rijkaard .

Títulos: Campeão Italiano: 1988, 1992, 1993 e 1994; Copa dos Campeões da Europa: 1989, 1990 e 1994; Supercopa Européia: 1989 e 1994; Campeão Mundial Interclubes: 1989 e 1990.