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GENTO

Francisco Gento López – Ponta-Esquerda – Guarnizo, Espanha – 23/10/1933

Ele foi um dos maiores ponta-esquerdas da história do futebol mundial e foi também um grande vencedor.

Nos dezoito anos em que defendeu o Real Madrid, "Paco" Gento acumulou títulos e mais títulos. Foram 12 Campeonatos Espanhóis, duas Copas da Espanha, 2 Copas Latinas, 1 Mundial Interclubes (1960), e nada menos do que 6 Ligas dos Campeões. Um recorde absoluto e inigualável em se tratando da mais importante competição européia de clubes.

Desde criança, as habilidades atléticas de Gento já impressionavam. Corria tanto e tão rápido que colecionava medalhas de atletismo. Mas Gento não queria apenas correr. Queria correr e lançar. Correr e driblar. Correr e marcar gols.

Começou, então, a utilizar sua velocidade no futebol, esporte que amava de verdade. No seu auge, dizem, chegava a fazer 100 metros em 11 segundos. Fato que lhe rendeu os apelidos de "El Supersonico" ou "Bola de Fogo". Mas Gento estava longe de ser um simples "corredor". Suas arrancadas pela esquerda quase sempre terminavam em perfurações pela zaga e assistências perfeitas para seus companheiros de ataque. 

Foi por tais qualidades que acabou contratado para o Real. Depois de passar por pequenas equipes como Nueva Montaña, Astillero e Rayo Cantabria, chegou ao Racing Santander em 1952. Neste ano, numa partida contra o Real Madrid, infernizou a vida do lateral merengue. Encantado, o lendário presidente Santiago Bernabéu o levou para sua equipe. No Real, devido à velocidade e procedência, foi batizado de "La Galerna del Cantábrico" (vento forte que vem do Norte).

Francisco Gento era o que hoje se costuma chamar de "garçom". Alfredo di Stefano, um dos maiores jogadores de todos os tempos, costumava dizer que Gento era o seu companheiro ideal no ataque, devido a sua solidariedade. O argentino tem o que agradecer. Seu recorde de maior goleador da história das Copas dos Campeões certamente não teria sido produzido não fosse a ajuda indispensável de Gento.

No Real Madrid, formou o que é considerado o maior ataque de todos os tempos, juntamente com o húngaro Ferenc Puskas, o francês Raymond Kopa e o argentino Di Stefano. Dentre tantas estrelas internacionais, o espanhol Gento se destacava e encantava seus fãs. Todas elas chegaram e deixaram o Real, enquanto Gento permanecia no clube de Santiago Bernabéu.

Na Copa dos Campeões de 1966, o Real Madrid já era uma equipe completamente reformulada, já sem os craques de alguns anos atrás. Mas Gento permanecia lá e foi o líder da equipe que conquistou seu sexto título europeu.

Está na galeria dos maiores jogadores da história do clube espanhol. Defendeu a camisa merengue em 761 oportunidades, marcando 253 gols. Em 15 Copas dos Campeões seguidas que disputou, participou de 88 das 95 partidas do Real Madrid. Foi também ele o autor do gol de número 2.000 do clube madrilenho.

Em 1954, com 20 anos, foi convocado pela primeira vez para a seleção espanhola, que defenderia posteriormente em mais 42 partidas, marcando 5 gols. Pela Espanha, jogou as Copas de 62, no Chile, e 66, na Inglaterra. Participou também da conquista da Eurocopa de 1964, embora não tenha jogado na final.

Em 1971, aos 38 anos e ainda no Real Madrid, decidiu encerrar a brilhante carreira após uma derrota na Copa dos Campeões para o Chelsea. Era o fim de uma das mais vitoriosas histórias do futebol.