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TOSTÃO

Eduardo Gonçalves de Andrade - Atacante - Belo Horizonte (MG) -25.01.1947 

Maior jogador do Cruzeiro de todos os tempos e um dos maiores gênios do futebol brasileiro. Rápido, habilidosíssimo e jogador de rara inteligência. Jogava na meia, abrindo espaços para os companheiros. Mudou seu posicionamento para poder jogar ao lado de Pelé e Rivelino, na Copa de 70. Passava bem, possuía o drible curto e sempre jogava de cabeça erguida, procurando a melhor jogada. 

Armava o jogo, mas chegava na área para concluir as jogadas. Sua principal e melhor característica era a sua excepcional capacidade de antever a jogada. Ganhou o apelido de Tostão ainda na infância. Jogava com garotos mais velhos e era o menor do grupo. Foi logo chamado dessa maneira, em alusão à moeda brasileira, já desvalorizada na época. Entrou para os juvenis do América de Belo Horizonte. Destacou-se tanto que foi vendido para o Cruzeiro com apenas 16 anos, por uma fortuna naquele momento.

Aos 18 anos já era convocado para a Seleção Mineira de profissionais. Participou da partida que inaugurou o Mineirão, em 65, como titular da Seleção. Foi pentacampeão mineiro com o Cruzeiro, de 65 a 69 e participou do melhor esquadrão do clube mineiro em toda a sua história, jogando ao lado de Dirceu Lopes, Piazza, Raul, Natal, Evaldo e outros. Em 66, comandou o time do Cruzeiro campeão da Taça do Brasil, vencendo o Santos, de Pelé, na final. Foi artilheiro do campeonato mineiro em 65 (17 gols), 66 (18), 67 (20), 68 (25) e 70 (11). Em 72 foi vendido ao Vasco por US$ 535 mil, a maior transação do futebol brasileiro na época. Um ano depois encerrou sua carreira devido a problemas com seu olho.

Em 24 de setembro de 69, Tostão levou uma bolada do jogador Ditão, do Corinthians, e descolou a retina do olho esquerdo. Foi operado em Houston (EUA) e voltou a jogar futebol. Em 73 sua retina se inflamou, o que o levou à nova operação nos EUA. Depois da cirurgia não pôde mais jogar futebol e encerrou a carreira com apenas 26 anos. Era um jogador muito dedicado. Treinava sozinho após os treinos do Cruzeiro, procurando corrigir suas deficiências. Assim, aprimorou o chute e, principalmente, aprendeu a jogar com a perna direita, seu grande defeito. Muito autocrítico, nunca ficava satisfeito com seu desempenho e sempre achava que podia jogar melhor.

Foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez em 66, com 19 anos. Disputou a Copa da Inglaterra. A partir daí foi convocado sempre para a Seleção. Foi o artilheiro das Eliminatórias para a Copa de 70, jogando ao lado de Pelé, com 10 gols. Lutou muito para se recuperar para a Copa, pois o problema na retina ainda persistia. Foi campeão mundial jogando como titular. Marcou 36 gols em 65 jogos pela Seleção Brasileira. Após encerrar a carreira de jogador de futebol em 73, cursou Medicina em Belo Horizonte.

Tornou-se médico e professor e passou um bom período sem dar entrevistas relacionadas com o futebol, para não confundir uma profissão com outra. Após a Copa de 94, largou o magistério e tornou-se comentarista e cronista esportivo. Atualmente trabalha na televisão e escreve colunas semanais para vários jornais do Brasil. É um dos mais respeitados comentaristas esportivos do Brasil. Tostão foi tema de livros, revistas, filmes, documentários, homenagens e é nome indiscutível na Seleção do Cruzeiro de todos os tempos.

Ganhou o Prêmio Golfinho de Ouro em 69, para a personalidade brasileira mais destacada no esporte. Em 92, foi eleito por jornalistas, técnicos e ex-jogadores como um dos 10 gênios do futebol brasileiro, de 70 a 92. Escreveu um livro de memórias recentemente.

"A tabelinha de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus."
(Armando Nogueira, jornalista e escritor)

"A concepção do futebol solidário começou com Tostão."
(Daniel Gomes, jornalista)

"Por mais que eu reze não tem jeito. Esse Tostão é mesmo infernal."
(Dom Serafim Fernandes de Araújo, ex-bispo de Belo Horizonte, torcedor do Atlético Mineiro)

"Poucos jogadores sabiam abrir espaços para os companheiros como Tostão fazia."
(Didi, ex-jogador da Seleção Brasileira)

"Afora Pelé, eu me incluo entre os melhores jogadores que o país já descobriu."
(Tostão, ex-jogador da Seleção Brasileira)

"Quem viu Tostão pode se considerar uma pessoa feliz."
(Armando Nogueira, escritor e jornalista)

"A ele bastava um palmo de grama para encantar o mundo com dribles e gols jamais sonhados antes."
(Roberto Drummond, jornalista e escritor)

"Está entre os cinco ou seis maiores jogadores de todos os tempos."
(Nelson Rodrigues, jornalista, escritor e dramaturgo, sobre Tostão)

"A diferença de um grande jogador para o outro é a capacidade de inventar o momento. De repente, sai uma jogada que não estava prevista."
(Tostão, ex-jogador da Seleção Brasileira)