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OBDULIO VARELA

Obdulio Jacinto Varela - Volante - Payssandu (Uruguai) - 20.09.1917 

"El Negro Jefe" era como Obdulio Varela era chamado pelos uruguaios. O "center-half" (posição que hoje equivaleria ao volante) era o capitão da Seleção Uruguaia campeã mundial em 50, no Brasil. Líder nato, personalidade forte e acima de tudo um ótimo caráter marcaram a personalidade desse grande jogador. Começou no Wanderers em 37, clube que defendeu por 6 anos. Em 43 passou ao Peñarol, onde permaneceu até o fim da carreira em 55, aos 38 anos. 

Estreou na Seleção de seu país em 39 e foi capitão da equipe até 54. Naquela partida da final da Copa de 50, Brasil 1-2 Uruguai, ele carregou a equipe de seu país nas costas, comandando a reação.

Quando uma verdadeira avalanche caía sobre a defesa uruguaia. Obdulio esfriou a partida e empurrou todos ao ataque. Foi eleito por unanimidade como o melhor jogador em campo e personificação do milagre ocorrido naquele jogo. Entrevistado após a partida, limitou-se a dizer que havia sido uma casualidade, mostrando a humildade dos grandes homens. Passou a noite bebendo cerveja de bar em bar e consolando os brasileiros, sem se identificar. Ao chegar no Uruguai, preferiu escapar de fotógrafos e repórteres, comemorando a vitória sozinho. Sua personalidade forte e seus princípios sempre o destacaram. Quando o Peñarol assinou o primeiro contrato de patrocínio e passou a estampar o nome de uma empresa na camisa, todos os jogadores vestiram o uniforme. Menos um. Obdulio Varela continuava a vestir a mesma camisa de sempre, sem patrocínio. E explicava sua atitude: "Antes, nós, os negros, éramos puxados por uma argola no nariz. Esse tempo já passou." Foi chamado ainda de "El Gran Capitán", por ter conduzido o Uruguai ao seu segundo título mundial.

"Obdulio não amarrava as chuteiras com cadarços, mas com as veias"
(Nelson Rodrigues, cronista brasileiro )

"Deixei de acreditar em Deus quando o Brasil perdeu a Copa do 50"
(Carlos Heitor Cony, escritor brasileiro)

"Que ninguém se iluda: se  jogássemos mais 100 vezes com o Brasil, perderíamos 99."
(Obdulio Varela, capitão uruguaio na Copa de 50, no Brasil)

"Pisem e urinem no Diário."
(Obdulio Varela, capitão da seleção uruguaia de 50, após ver a manchete do jornal brasileiro que previa o escrete canarinho como o Campeão do Mundo )

"A humilhação de 50, jamais cicatrizada, ainda pinga sangue. Todo escrete tem sua fera. Naquela ocasião, a fera estava do outro lado e chamava-se Obdulio Varela."
(Nélson Rodrigues, escritor, jornalista e dramaturgo, sobre o capitão da Seleção Uruguaia)